quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A Importância da Respiração no Exercício Físico - Parte 3

Perdeu a parte 2? Confira AQUI!



PARTE 3 - RESPIRAÇÃO X ESFORÇO FÍSICO: UMA LINGUAGEM RESPIRATÓRIA DO MOVIMENTO HUMANO

Para que haja o esforço físico é necessário que exista uma coordenação entre função circulatória e função respiratória, e é através desta coordenação que se pode determinar a capacidade de esforço de um indivíduo. Tanto o consumo de O2 como a ventilação, aumentam de uma maneira quase proporcional a intensidade de esforço físico realizado (trabalho, em watts ou kg). Este consumo de O2 quando é máximo em um indivíduo normal, chega a ser de aproximadamente 3.700 cm3 por minuto. Já em um indivíduo que recebe uma grande carga de treinamento, ele pode chegar a 5.000 cm3 por minuto. Quando em repouso, os músculos necessitam de aproximadamente 38% de O2 total disponível e quando em esforço máximo necessitam de 95%.



    Estando um indivíduo em repouso, indivíduo normal e não atleta, sua ventilação será em torno de 7 litros por minuto. Já um indivíduo bem treinado, esta ventilação poderá chegar em torno de 170 litros por minuto. A ventilação máxima depende da capacidade vital, da capacidade contráctil dos músculos respiratórios e do diâmetro das vias respiratórias.

    Quando executamos determinados esforços, o organismo necessita de um tempo para que haja a adaptação que as transformações de energia passam por processos anaeróbicos e conseqüentemente os músculos sofrerão um grande déficit de O2. Este déficit é conseqüente de alguns ácidos metabólicos, tendo como destaque o ácido láctico (HAEBISCH, 1973). Passados mais ou menos 5 minutos para os esforços de intensidade média e uns 8 minutos para os esforços de grande intensidade, a oxigenação dos músculos tornar-se-á adequada as necessidades energéticas.

    Certa quantidade de energia, quando liberada durante a respiração, será reservada em vários compostos químico, para ser transformada para o trabalho mecânico no sistema orgânico, através das ações musculares. McARDLE (1985), cita que estas formas de energia livres serão utilizadas no:
  • trabalho mecânico -------------------- contração muscular
  • trabalho químico ---------------------- biossíntese das moléculas celular
  • trabalho de transporte ---------------- concentração de substâncias químicas nos líquidos intra e extra-celulares
    Toda esta utilização de energia fará com que haja um equilíbrio entre o esforço executado e a capacidade funcional do organismo.

    Após o esforço começa-se uma nova fase, a fase de recuperação, onde a dívida de O2 durante o esforço deve ser igual ao déficit de O2 adquirido durante a fase de adaptação. Portanto, quanto mais treinamento receber um indivíduo, mais rapidamente passará a fase de adaptação e mais curta será a fase de recuperação. É bom enfatizar que o tempo de recuperação torna-se um parâmetro importante para a capacidade funcional do organismo.

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